domingo, 3 de março de 2013

Retrato da violência contra mulher


31/03/2012 - 19h00

Retrato da violência contra mulher é tema de exposição em SP

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DA EFE
A crueza da violência doméstica, os conflitos enfrentados pelas mulheres a partir da perspectiva da arte e a criação de novas linguagens expressivas são alguns dos temas do projeto "Arte e Gênero: Cruzamento de Olhares", que desde este sábado (31) está à disposição do público em São Paulo.
O programa artístico e de denúncia social, que encerra o mês dedicado à mulher, começou ao meio-dia deste sábado com a representação "Removing Pain", da artista brasileira Beth Moysés, e é integrado na agenda cultural do Instituto Cervantes de São Paulo.
Na representação, 42 mulheres negras, todas vítimas de violência doméstica, percorreram um lance da Avenida Paulista vestidas de branco e com um adereço floral nos cabelos.
Sebastião Moreira/Efe
Mulheres vítimas de violência doméstica participam da representação "Removing Pain"
Mulheres vítimas de violência doméstica participam da representação "Removing Pain"
As mulheres encenaram um processo de cura, umas retirando das outras a maquiagem que simula os ferimentos sofridos no passado.
O chefe de atividades culturais do organismo de promoção da língua espanhola em São Paulo, Francisco de Blas, explicou à Agência Efe que a performance tem um "valor catártico" para as participantes, que não conseguiram conter o pranto, e para os presentes.
Após a representação ocorrerá a inauguração de uma exposição de fotos e vídeos de Moysés e da artista espanhola Marisa González, selecionados pela crítica de arte e curadora do projeto, Margarita Aizpuru.
A mostra, que permanecerá aberta até 28 de abril, procura estabelecer um diálogo entre as peças de ambas as artistas dentro do contexto de busca de novas linguagens artísticas e a criação de discursos expressivos renovados, afastados dos cânones estabelecidos pelas vozes masculinas.
Na próxima semana, ocorrerá um debate em que vão abordar os assuntos de gênero e a relação com as manifestações artísticas.
Trata-se de um projeto que pretende abordar a situação da mulher em diferentes partes do mundo a partir dos anos 70 até a atualidade através da perspectiva da arte, precisou De Blas.
Na sua opinião, a programação tem como objetivo favorecer "conscientizar sobre um problema habitualmente silenciado" e lembrar "que nem todas as conquistas humanitárias acabaram em nosso entorno imediato".
Para o analista, a representação de Moysés, uma criadora com um "conteúdo inevitavelmente político" tem um "valor sociológico inquietante, mas comovente" e representa "uma metáfora impactante" pelo fato de contar com um grupo de mulheres que percorrem com sua dor um entorno urbanizado.

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