domingo, 14 de julho de 2013

MAIS MULHERES NA POLITICA - IGUALDADE DE GÊNERO


13/07/2013 às 21h27

Ibope mostra que eleitor quer igualdade de gênero

DIÁRIO DA MANHÃ
RENATO DIAS
Pesquisa Ibope realizada por solicitação do Instituto Patrícia Galvão, com apoio da ONU Mulheres, aponta que 71% dos entrevistados no Brasil defendem, hoje, a aprovação da reforma política no Congresso Nacional para modernizar as instituições políticas e garantir o direito de as mulheres terem 50% de representação nos partidos políticos e no Legislativo. 
O levantamento estatístico, realizado em todo o País, de 11 a 15 de abril de 2013, mostra que 8 em cada 10 pessoas consideram que, por ser maioria na população, deveria ser obrigatória a destinação de 50% das vagas para mulheres na chapa de candidatas e das cadeiras nas câmaras municipais, assembleias legislativas nos estados, na Câmara Federal e no Senado.
Mais: 74% acham que a democracia no Brasil Republicano se consolidará somente com a ampliação da participação feminina. O Ibope apurou que 78% concordam que os partidos políticos precisariam apresentar uma lista de candidaturas composta por 50% de homens e 50% de mulheres. Já 73% querem punição à legenda que não der tratamento isonômico de gênero à questão.
Quantitativa com a aplicação de questionário, a pesquisa é estratificada e ouviu 2002 pessoas acima de 16 anos, portanto antes das manifestações de rua que incendiaram o País, de norte a sul. O intervalo de confiança é de 95%. Não custa lembrar: a margem de erro é de 2% para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
De acordo com a amostra de entrevistados, um porcentual de 44% pertence à Região Sudeste. Mais: 25% residem no Nordeste brasileiro. Preto no branco: 15% no Sul e 15% nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Pela condição de município, a pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão registra ainda que 27% são das capitais, 13% da "periferia" e 59% do interior.
O Ibope relata que 62% dos entrevistados viveriam em cidades com mais de 100 mil habitantes, 27% de 20 a 100 mil habitantes e até 20 mil, 11%. Veja o perfil do eleitor pesquisado: 52% do sexo feminino e 48% masculino. Por grau de escolaridade, 16% é de nível superior; 37% possuem 2º grau; 20%, primeiro grau e 28%, primário. É o que aponta o levantamento.
A pesquisa Ibope/Instituto Patrícia Galvão, com o apoio da ONU Mulheres, ouviu, durante o período,  27% de eleitores das classes sociais A e B, 55% da classe C e 18% de D e E. A amostra também foi estratificada por faixa etária (idade): de 18 a 24 anos de idade, 19%; de 25 a 29, 12%; de 30 a 39, 21%; de 40 a 49, 18 %; acima de 50, 30%.
Segundo o levantamento estatístico, 76% das mulheres no Brasil afirmam, hoje, ser "muito importante" ou "importante", que a reforma política, a ser apreciada pelo Congresso Nacional, garanta 50% de mulheres e 50% de homens nas listas de candidatos dos partidos. Detalhe: os homens se posicionam favoravelmente diante da questão, mas com um percentual menor, 64%.
O Ibope perguntou se deveria ser obrigatório que as Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas estaduais e o Congresso Nacional - Câmara dos Deputados e Senado da República - tivessem metade de homens e metade de mulheres. O instituto afirma que 76% concordam, 5% não sabem, 17% discordam e 2% não omitiram opinião sobre a questão levantada.
Registro
O Brasil estaria, em 2013, em 121º lugar no ranking mundial de igualdade entre homens e mulheres na política. Em um levantamento entre 189 nações, o Brasil apareceria atrás de países como o Iraque e o Afeganistão, aponta o relatório do Ibope/Instituto Patrícia Galvão. Números alarmantes, constata a deputada federal Marina Pignataro Sant´Anna (PT-GO).
Na Câmara Federal, em Brasília (DF), Capital da República, dos 513 deputados federais, apenas 44 são mulheres - o que representa 8,6% do total. Já no Senado Federal, dos 81 senadores, apenas 13 são mulheres, um índice de 16%. Mais: as mulheres controlam menos de 10% das prefeituras. Elas representam 12% dos legislativos municipais.
Estudo sobre igualdade de gênero e eleições no Brasil informa que entre 1992 e 2012 o avanço da participação feminina foi, em média, de 1% no número total de eleitas a cada pleito municipal. "Segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves (ENCE/IBGE), neste ritmo a paridade entre os sexos nos espaços municipais de poder vai demorar 150 anos no Brasil", atira.
A reduzida representação política das mulheres brasileiras está na contramão do protagonismo feminino, acredita Marina Sant´Anna. O Ibope e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que as mulheres brasileiras possuem nível de escolaridade maior do que o dos homens e também uma maior expectativa de vida. No mercado, as mulheres totalizam 44% da força de trabalho no país. Com mais de 11 anos de estudo, as mulheres são maioria da População Economicamente Ativa (PEA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua participação é muito importante para nós! Em breve seu comentário será moderado e, estando em conformidade com a política de publicação do Blog, ficará visível!
Obrigada!